FILA RACER CARBON APOSENTADO COM 1.127km

ARTIGO COMPLETO SOBRE A DURABILIDAE, ESTABILIDADE, RESPOSTA E O COMPARATIVO COM OS CONCORRENTES

 

FILA RACER CARBON COM 1.127K: Em 2021 a FILA voltou a marcar presença no mercado de corrida com 2 lançamentos que despertaram curiosidade e interesse entre corredores e triatletas.

Primeiro com o lançamento do modelo KR5 em Maio e em Julho o principal lançamento, por ser o 1º modelo com placa de carbono da marca, o Racer Carbon.

Comecei a correr com o Racer Carbon no final de Agosto de 2021 e obviamente as primeiras corridas foram mais no sentido de estabelecer um comparativo com alguns modelos que considero concorrentes diretos.

No meu Instagram, fiz algumas publicações mostrando principalmente o desgaste do solado a cada determinado volume de quilômetros rodados.

Assim como corri exatos 1.006km com o modelo Corre 1 da Olympikus em 2019, o objetivo com o Racer Carbon era também chegar aos 1.000km, não só para analisar a durabilidade do solado, mas também outras partes do tênis.

Considerando que o Racer Carbon é produzido no Brasil e o preconceito por parte de alguns corredores existe e também considerando a qualidade do tênis quando comparado com modelos importados.

Com o Racer Carbon eu corri 1.127km. 

Abaixo você lerá minha análise com relação às partes do Racer Carbon, assim como fotos.

 

FORMA E MALHA DE CABEDAL

 

A cor do meu Racer Carbon “era” branca.

Os corredores que compraram o tênis nesta cor, certamente já perceberam após um certo tempo de uso, o quanto fica encardido.

Eu realmente não ligo pelo fato do tênis ficar sujo e até manchado em alguns pontos da malha de cabedal. Com relação à Forma, tive que trocar por um número menor.

Isto já havia acontecido quando o Racer Silva foi lançado. O tamanho que melhor me atende é o 11 americano e que no caso dos modelos da Fila, equivale ao 43. 

O Racer Carbon ficou enorme e tive que trocar por um 42 que vestiu bem.

Sugiro aos corredores interessados em comprar o Racer Carbon, experimentarem um numero menor do que utilizam atualmente, caso usem com um dedo de folga.

A malha de cabedal é um tipo de Nylon (não sei se é exatamente este material), mais grosso por exemplo do que o do Nike Zoom Fly 3.

Não tive problemas com relação a sentir os pés esquentarem.

Entretanto, pela malha ser mais fechada, limitando a respirabilidade dos pés, em dias de calor e treinos mais longos, mesmo usando meias de poliamida, os pés transpiravam mais e a sensação de “molhado” era considerável.

Este é um fator em que a Fila pode melhorar para o próximo lançamento do Racer Carbon, colocando uma malha mais respirável e com material mais fino e que automaticamente deixará o tênis mais leve. 

Com relação aos pontos de costuras e acabamento interno, no meu Racer Carbon, não tenho nada a ressaltar de forma negativa.

A espuma presente na área interna do colar de calce assim como as palmilhas que são fixas, não apresentaram nenhum sinal de rasgos.

A lingueta não tem nada de espuma e pra mim, sempre se moldou bem ao peito do meu pé.

O cadarço eu não posso analisar, uma vez que eu uso cadarço elástico e fiz a troca logo que peguei o tênis. 

 

FILA RACER CARBON COM 1.127km: Comecei a correr com o Racer Carbon no final de Agosto de 2021 no sentido de comparar com concorrentes diretos.

MALHA DE CABEDAL

 

FILA RACER CARBON COM 1.127km: Comecei a correr com o Racer Carbon no final de Agosto de 2021 no sentido de comparar com concorrentes diretos.

FORMA LARGA

 

FILA RACER CARBON COM 1.127km: Comecei a correr com o Racer Carbon no final de Agosto de 2021 no sentido de comparar com concorrentes diretos.

COLAR DE CALCE

 

ENTRESSOLA E SOLADO

 

Não sei quais são os planos da Fila futuramente com relação ao Racer Carbon.

Se eles manterão somente o Racer Carbon em linha e fazendo evoluções a cada nova edição lançada, ou se farão um 2º modelo com placa de carbono especificamente para competições e alguns treinos de velocidade.

Dois ou três modelos distintos com placa de carbono da mesma marca, já encontramos no mercado como por exemplo:

New Balance FuelCell TC e New Balance FuelCell RC Elite; (leia artigo)

Nike Zoom Fly e Nike Vaporfly;

Hoka Carbon X e Hoka Rocket X; (leia artigo)

Asics Magic Speed e Asics Metaspeed Sky/Metaspped Edge.

Dos modelos citados acima, os trainers com placa de carbono são mais versáteis podendo também serem utilizados em treinos de rodagem além dos treinos de velocidade.

Nos 1.127 km corridos com o Carbon Racer, não há duvida que usei ele 90% em treinos diários e 10% em treinos de intensidade sempre em asfalto.

E nos treinos de rodagem ele sempre se mostrou eficiente com relação à estabilidade e o suporte na área medial, em virtude de não ter a forma estreita como o Vaporfly, o que gera muita instabilidade.

A malha de cabedal do Racer Carbon, apesar de ter um material mais grosso, na área medial gera um bom suporte, contribuindo também para a estabilidade. 

Com relação à densidade de espuma da entressola desenvolvida pela Fila, é macia, porém não é extremamente mole e também não é tão rígida como de outros modelos.

Se o planejamento da marca for manter somente o Racer Carbon em linha, não vejo necessidade em mudar a densidade da espuma.

Porém, se a marca tem planos de lançar um modelo com placa de carbono especificamente para competições, acho válido desenvolver uma espuma mais macia e um pouco mais responsiva.

Também desconheço a qualidade do material da placa de carbono do Racer Carbon, comparando por exemplo com a qualidade do material da placa do Hoka Carbon X ou do New Balance FuelCell TC. 

Percebo que muitos corredores se preocupam somente se o “modelo x” tem ou não placa de carbono e se é “responsivo”.

Por diversas vezes, já disse em diferentes oportunidades, seja fazendo uma consultoria de tênis de corrida com corredor ou triatleta, ou em palestras, que somente a placa de carbono não faz milagres.

Tem que ter a boa combinação de espuma de entressola, altura da entressola, mais a placa de carbono.

É esta combinação que faz com que um modelo seja mais responsivo do que outro entre os modelos que possuem placa de carbono. 

A durabilidade do solado pra mim atendeu mais do que o esperado diante dos 1.127km de corrida.

Poderia ter aposentado o Racer Carbon quando ele chegou aos 750km considerando especificamente o desgaste e deformação do solado principalmente do pé esquerdo.

Quando postei a foto do desgaste com 750km no Instagram, um corredor me enviou uma mensagem e fotos do Racer Carbon dele com 400km e praticamente com o mesmo desgaste.

E como sempre digo, o desgaste do tênis envolve alguns fatores como a estrutura corporal do corredor, mecânica de corrida (forma de como aterrissa e decola a passada), alternância do tênis com outro modelo, tipo de pavimento em que corre, além é claro, da qualidade e quantidade de borracha presente no solado. 

O Racer Carbon tem somente 2 partes de borracha no calcanhar (o que é suficiente) e um único bloco em toda a área do antepé e com muito boa durabilidade. 

E a respeito do grip e tração do solado, no asfalto seco mesmo acima dos 1.000km, o Racer Carbon continuava literalmente grudado no chão.

No asfalto molhado e com este mesmo volume de quilômetros, o problema era na área do calcanhar, pelo fato de não haver mais a borracha no pé esquerdo e muito pouco no direito.

O contato da espuma desgastada com o asfalto molhado era o mesmo de guiar um formula 1 com pneu slick em pista molhada.

Eu cheguei a correr uma ou duas vezes em piso molhado quando o Racer Carbon tinha pouco mais de 100km e nesta condição de desgaste não tive nenhuma insegurança com relação ao grip e tração. 

Outro fator que também já falei em outras oportunidades com relação ao grip e tração do tênis de corrida, não está relacionado somente ao tipo de composição de borracha e desenho do solado, mas também á qualidade do asfalto.

Já ouvi alguns corredores apontarem a péssima qualidade do solado, dizendo que principalmente no asfalto molhado o tênis não traciona, gerando muita insegurança ao corredor.

Concordo que há alguns tênis que, devido mais ao desenho do solado do que o composto da borracha, o grip e tração deixam a desejar tanto no asfalto seco quanto no molhado.

Mas em alguns casos, a culpa pela falta de grip é mais pela péssima qualidade do asfalto do que propriamente do solado do tênis. Já tive essa experiência.

Pra mim, correr no asfalto do Parque Ibirapuera ou da Avenida Faria Lima por exemplo e correr no asfalto do Autódromo de Interlagos ou mesmo se pudéssemos correr na pista dos principais aeroportos do Brasil, o grip e tração são totalmente diferentes correndo com o mesmo tênis em piso molhado.

Isso porque a qualidade do asfalto do autódromo e dos aeroportos é muito melhor do que do Parque Ibirapuera e Av. Faria Lima.

É um asfalto mais abrasivo e com sistema de drenagem de água. 

 

FILA RACER CARBON COM 1.127km: Comecei a correr com o Racer Carbon no final de Agosto de 2021 no sentido de comparar com concorrentes diretos.

DESGATE ÁREA DO ANTEPÉ

 

DESGASTE ÁREA DO CALCANHAR

 

DEFORMAÇÃO DA ENTRESSOLA

 

OS PRINCIPAIS CONCORRENTES DO FILA RACER CARBON

 

Alguns modelos que vou citar aqui e que coloco como concorrentes diretos do Fila Racer Carbon, são tênis que tenho ou já tive e que tem características parecidas com a do Racer Carbon.

Uma quantidade considerável de corredores costumam me perguntar se vale investir no Fila ou em um Alphafly, Vaporfly, Metaspeed Sky, Skechers Razor Elite ou o mais recente lançamento que é o New Balance RC Elite V2.

Particularmente eu não comparo o Racer Carbon com nenhum destes citados, do ponto de vista técnico, já que são completamente diferentes e pra mim estes modelos estão em um patamar bem acima.

Pra mim, os concorrentes diretos do Racer Carbon são:

Hoka Carbon X;

New Balance FuelCell TC;

Nike Zoom Fly;

e também o Mizuno Rebellion lançado recentemente no Brasil e com placa de fibra de vidro.

Considerando os quesitos conforto, como cada modelo veste no meu pé, a batida de cada modelo, durabilidade do solado e a resposta na decolagem, o Racer Carbon está um degrau acima do Zoom Fly, Carbon X e Mizuno Rebellion.

E comparando o Fila somente com o New Balance FuelCell TC, ambos empatam em durabilidade de solado e conforto com relação à como vestem nos pés.

O TC no meu ponto de vista, responde um pouco mais em virtude da densidade de espuma bem mais macia do que o do Racer Carbon, entretanto, perde bastante com relação à estabilidade.

Sinto meu pé desabar muito para dentro correndo com o TC. Neste caso, minha preferência é por mais estabilidade e aí o Racer Carbon fica a frente. 

Se você está interessado em comprar um Fila Racer Carbon, mas está em dúvida se vale o investimento comparando-o com algum modelo que coloquei como concorrente direto, vale você experimentar e fazer um pé a pé com os que estiverem em sua lista para uma decisão final.

Não deixe o preconceito sobressair somente pelo fato do Racer Carbon ser um produto nacional. 

 

F I C H A   T É C N I C A

Categoria: Performance Trainer

Pisada: Neutra

Peso: 242gr – Tam 42

Drop: 6mm (30mm calcanhar / 24mm frente)

Valor: R$799,90