O QUE MELHOROU COM RELAÇÃO AO ANTECESSOR E O QUE PODE SER MELHORADO PARA A PRÓXIMA EDIÇÃO
ON CLOUDBOOM ECHO 3: Quando a suíça On Running lançou a 1ª edição do Cloudboom Echo em outubro de 2020, inicialmente o tênis atraiu mais a atenção de corredores e triatletas pela estética do que pelo fato de ter placa de carbono.
E também é quase que uma unanimidade entre as duas comunidades, além de muitas pessoas que não são praticantes de corrida e triathlon que a On Running tem os modelos com a estética mais bonita do mercado.
E quem conhece no detalhe os tênis da On desde a chegada da marca no Brasil inicialmente pela rede de lojas Track & Field e posteriormente em lojas especializadas, vai se lembrar do On Cloudflash. E o 1º Cloudboom Echo para mim, nada mais era do que uma evolução de “luxo” do Cloudflash.
Do ponto de vista técnico considerando ataque (aterrissagem) e decolagem esta 1ª edição estava muito aquém dos concorrentes, já que alguns tinham espumas extremamente responsivas além do desenho e a qualidade da placa de carbono.
Ele tinha o perfil bem baixo da entressola na área da frente e com os clouds presentes em toda extensão do solado.
Já a 2ª edição apresentou algumas boas atualizações como a malha de cabedal, além da nova entressola com dupla camada dos Clouds e espuma Helion.
Este último fator fez com que o perfil de entressola ficasse um pouco mais alto, porém o tênis continuava firme de batida, menos seco do que a 1ª edição, mas ainda firme.
E este “firme” era a minha sensação quando comparado com alguns concorrentes.
Vale ressaltar que o fato de um tênis de corrida ter batida mais firme ou mesmo batida mais seca (independente de ser um modelo para treinos diários ou um de competição com ou sem placa de carbono), isto não é um defeito do tênis, e sim uma característica.
Tem quem se adapta a esta característica e tem quem não se adapta e está tudo certo.
CLOUDBOOM ECHO 3: O QUE ESTÁ MELHOR E O QUE PODE EVOLUIR
No dia 6 de julho eu estive no escritório da On Running em São Paulo, para conhecer a 3ª edição do Cloudboom Echo e recebi um par para correr e testar.
Ao vivo eu havia visto o Cloudboom Echo 3 pela 1ª vez no mundial do Ironman Havaí em 2022, já que alguns triatletas profissionais patrocinados pela marca estavam usando ele no dia da prova.
Com relação às mudanças referentes ao antecessor, a malha de cabedal apesar de manter o mesmo material e com camada única, tem o posicionamento da logo um pouco mais para frente e a primeira atualização identificada é no sistema de amarração que tem 2 furos á mais na parte de dentro e um furo na parte de fora para uma opção melhor de ajuste, porém eu não utilizei.
Como uso cadarço elástico em todos os tênis que melhor me adapto para correr, não vi necessidade de passar o cadarço elástico por estes furos a mais.
E vou apontar 2 fatores que podem melhorar para a próxima edição do Cloudboom Echo caso ele ainda esteja em desenvolvimento.
O 1º fator é lingueta. Diferente da lingueta do Echo 2, a lingueta do 3 tem o contorno dela curvado, o que ficou curta demais. Em todos os treinos de corrida que fiz com o tênis (até o fechamento deste artigo corri 163km com o Cloudboom Echo 3), ao terminar a corrida eu notava que a lingueta descia mesmo eu passando o cadarço pelo passador central presente nela e a ponta do locker do cadarço praticamente ficava em contato direto com o pé.
A lingueta do Cloudboom Echo 2 não tem este desenho curvado na borda, e este detalhe que informei nunca ocorreu com ele.
Este é um detalhe muito fácil de se resolver bastando aumentar uns 2 centímetros para cima da lingueta e tirando este desenho curvado.
O outro fator que me gerou desconforto nos 2 primeiros treinos e no 3º eu decidi trocar, foi a palmilha.
A nova palmilha do Cloudboom Echo 3 tem 15 tiras de silicone com comprimentos variados na área do antepé. O objetivo delas é gerar um bom grip aos pés.
Na prática realmente gera. Mas pra mim foi em excesso.
No 1º treino que fiz de 8km eu comecei a sentir um enorme atrito a partir do 3º km.
Quando terminei a corrida eu notei que tinha uma pequena bolha na área do antepé do pé esquerdo.
Já no segundo treino que foi de 12km eu me precavi e passei creme anti atrito, porém não funcionou.
Mesmo problema no final do treino.
Como eu senti que o tênis mudou para melhor de batida e resposta para o antecessor, e queria continuar correndo com o tênis, eu resolvi mudar a palmilha.
Coloquei a palmilha do Cloudmonster (leia o artigo) que tenho e zerei o desconforto.
Só que como me adaptei bem ao Cloudmonster para os treinos diários, tinha que ficar tirando a cada final de treino a palmilha de um e colocando no outro.
Então peguei uma outra palmilha de um outro tênis que tenho, e assim foi sem problema nenhum nos demais treinos até chegar nos 163km.
Particularmente não vejo necessidade de ter tiras de silicone na palmilha para dar grip.
A grande maioria dos tênis de competição tem a forma mais compacta, o que por este fator os pés já ficam bem seguros e com bom suporte sem a sensação de estarem soltos e correrem dentro do tênis.
Então é só fazer uma palmilha comum.
O desenho do colar de calce do Echo 3 também mudou e na minha percepção foi para melhor.
Agora é o desenho “padrão”, o que para um tênis de competição, acho que funciona melhor com relação ao suporte e segurança na região do tornozelo e calcanhar.
E os 2 últimos fatores que mudaram também para melhor no meu ponto de vista são a entressola e o solado.
Para mim o Echo 3 responde muito mais do que o antecessor mesmo variando ritmo e agora está longe de ser um tênis firme como era o Echo 2.
Isto se deve à nova composição de entressola de Pebax, assim como a nova geometria e a ausência dos clouds.
Acredito que as 6 aberturas na entressola (3 na parte de trás e 3 na área do antepé), seja também um pouco de estratégia de marketing para que a placa de carbono fique visível nestes pontos.
Creio que ainda seja possível deixar o Cludboom Echo 4 (se ainda estiver em desenvolvimento), um pouquinho mais responsivo e macio aumentando em uns 4mm ou 5mm a área do antepé mantendo assim o tênis dentro do regulamento da World Athletics e também subindo na mesma proporção o posicionamento da placa de carbono nesta mesma região.
E o novo desenho do solado com um pouco mais de borracha na área do antepé, achei que está com melhor grip e tração tanto no asfalto seco quanto no molhado.
Diante de tudo que escrevi acima é do que corri com o Echo 3, ele atualmente é o 2º par de tênis de competição com placa de carbono que melhor me atende e que me adaptei, mesmo com os fatores que citei que podem ser melhorados.
O Hoka Rocket X 2 ainda é o modelo que melhor me atende, não pelo fator de batida e resposta, mas sim pela estabilidade que gera no meu tipo de corrida, em virtude da área medial mais larga e pouco curvatura na área do arco do pé.
Para quem ainda não experimentou ou testou e que é familiarizado com tênis de competição com placa de carbono, acho válida a experiência com o Cloudboom Echo 3.
FICHA TÉCNICA:
Categoria: Competição
Pisada: Neutra
Drop: 9.5mm (37mm calcanhar / 27.5mm frente
Peso: 258gr – 42 masculino
Valor: R$1.649,00
Tem 2 comentários
Fala Roehnis tudo bom?? Quando voce tirou a palmilha nao dava pra correr sem ela?? Chegou a correr sem a palmilha?? Pq na maioria dos meus tenis deixo sem a palmilha ou uso uma palmilha da hoka que é bem fininha e leve… abraços
Fala Xileno, td bem? Eu não me adapto á correr sem palmilha, por isso que coloco outra. Abs